Estava tão ansiosa que
fui ver na pré estreia a primeira parte da nova adaptação de IT - a Coisa,
baseada no livro homônimo de Stephen King. Como gosto bastante do primeiro
filme (1990) estava otimista, mas com um pé atrás com este novo filme, mas saí
do cinema extremamente satisfeita e pretendo lhes contar o porquê neste post.
A história se passa
na cidadezinha fictícia de Derry, no Maine, em 1989, quando crianças começam a
desaparecer misteriosamente. A primeira criança a sumir é George Denbrough e
esse acontecimento abala muito seu irmão mais velho, Bill, que não se conforma
com seu desaparecimento, muito menos com a ideia de sua morte.
A negação da morte de
Georgie faz com que Bill apele pela ajuda dos amigos, o autonomeado "Clube
dos Perdedores".
Em respeito a Bill, o
grupo de crianças desajustadas que, frequentemente, é alvo de bullying por suas
peculiaridades, decide sair à procura de George nos esgotos da cidade. Lá,
confirmam suas suspeitas de que há algo macabro envolvido no sumiço de George e
que todos aqueles desaparecimentos, quase ignorados pelos adultos da cidade,
realmente tinham uma conexão. O ponto de encontro de todas essas tragédias é
Pennywise, uma criatura sinistra que assombra a cidade de Derry há séculos,
incorporando os piores pesadelos infantis para se alimentar do pavor das
crianças e, eventualmente, de seus corpos.
Mesmo assustadas,
especialmente devido ao contato que cada um dos sete amigos teve com a
criatura, o “Clube dos Perdedores” vai à caça d’A Coisa para dar um fim aquela
ameaça e tentar trazer de volta Georgie e a tranquilidade para a cidadezinha.
O filme constrói bem
o background das crianças, com seus traumas e lutas e mostra como aquela
amizade é importante para a superação de seus medos. Assim, ele traz mais que
um filme de terror convencional, mais que jumpscares cronometrados e um enredo
fraco. Isso não quer dizer que o filme não tenha suas partes assustadoras e que
não seja capaz de fazer o espectador saltar da cadeira algumas vezes.
O que quero dizer, é
que IT também é um filme sobre amizade e como ela pode resgatar alguém de uma
vida triste e dar outro significado ao mundo. O filme traz diversos momentos de
descontração, com piadas e tiradas que fazem você rir e te remetem bastante à
atmosfera de filmes como Conta Comigo (1986), Goonies (1985) e (como não
lembrar) Stranger Things (série de 2016), criando uma forte empatia do
espectador com o grupo e com o senso de justiça e companheirismo necessários
para aceitar aquele chamado para a aventura.
As atuações do elenco
infantil são excelenes. Fiquei encantada por Sophia Lillis que interpreta
Beverly Marsh e Finn Wolfhard está ótimo no papel de Ricchie, um garoto zoeiro
e de língua afiada, bem diferente do contido Mike de Stranger Things. Ainda
assim, meu favorito é Jack Dylan Grazer, intérprete do pequeno hipocondríaco
Eddie Kaspbrak.
O que mais me
preocupava nessa readaptação era como seria retratado e construído o vilão
Pennywise, mas Bill Skarsgard entrega um "palhaço dançarino"
assustador e que, ainda assim, consegue ser carismático. A cena na primeira
sequência do filme, quando acontece o encontro com Georgie é sensacional,
mostrando o palhaço o atraindo e fazendo piadas com o garoto e culminando no
evento sangrento e sinistro que desencadeia o resto da trama.
Não consigo lembrar
de nada no filme que tenha me incomodado a ponto de ser um problema, mas se for
para apontar pequenos deslizes, poderia falar de como não é dado o mesmo
destaque a cada uma das crianças e da falta de desenvolvimento (e desfecho)
para o personagem Henry Bowers, que tanto no livro como na primeira adaptação tem
um papel importante na próxima parte da trama.
De toda forma, gostei
bastante do filme e os probleminhas que vi, não foram nem de longe capazes de
mudar minha opinião sobre ele. Sendo uma readaptação, este filme poderia
incorrer em diversos erros, mas é exatamente aí que tem seus méritos. É mais
fiel ao livro em algumas partes e se distancia mais dele em outras, em
comparação ao primeiro filme, mas tem um roteiro bem construído, que permite
comparações tanto com a obra original de King quanto com o filme de 1980, sem
causar perdas em sua própria identidade.
A obra funciona muito
bem, entregando um ótimo filme. Logo nos primeiros minutos de filme, você já se
vê preso pela atmosfera de tensão criada pela trama e que vai oscilando durante
o filme entre descontração, angústia, surpresa e medo. Toda essa construção
agrada tanto aos fãs de jumpscares e sangue, quanto aos que procuram, acima de
tudo, um roteiro e atmosferas bem construídos.
Espero agora mais
ansiosa pela segunda parte da história e recomendo bastante que vejam o filme.
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